domingo, 12 de abril de 2009

Só sei que nada sei

Certo, estes são aqueles dias chuvosos dos quais podemos escrever algo sobre várias coisas por horas, mesmo que seja sobre "nada" e que principalmente, não faça o menor sentido. Agora estou disposto a fazer isso, pelo bem daquilo que não sei, e que felicidade! Pois nem mesmo sei por onde começar!

Ja disse Sócrates que existe algo que sabemos "que nada sabemos", e que a difusão de suas idéias teriam sido facilmente dissolvidas se ele vivesse em nossa época hiper-atribulada e desenvolvida - sua perseguição, seria, portanto diferente do da época, se bem que a humanidade é a mesma, mas seus propósitos são diferentes. Porque hoje podemos escalar uma montanha, e fincar uma bandeira, olhar as horas, abrir o notebook, e exclamar surpreso: "Nossa! Meu 3G pega aqui em cima!"

Nós enfrentamos problemas únicos, isso é bom e ruim. É ruim porque estamos a beira de um colapso político, social, econômico, etc., e é bom porque significa que não estamos andando em círculos [talvez em uma elipse], ou talvez em espiral, uma espiral logarítmica seria um bom exemplo.

Os problemas são únicos, porque veja bem, Lincoln, o político americano, nunca teve oportunidade de enviar E-mail, assim nunca teve problemas de SPAMs, e também certamente nunca foi a Londres de avião, assim nem imaginou o que seriam as esperas em um aeroporto; imagina se Faraday fosse até o seu "orelhão" mais próximo, e telefonasse a cobrar para algum membro da Royal Society para discutir o advento do magnetismo e eletricidade.

Quem diria que celulares de 80 g, teriam os mesmos jogos que num tempo só rodavam em consoles de 1 kg, - e em cpus de 8? Nossa época é tão exponencial que um homem que existiu há 10 anos atrás, ficou sem conviver com uma torrente de mudanças mundiais e explosões tecnológicas. Isso em 10 anos.

História? Não sei de nada, de Egito, Roma, Grécia, etc, etc... e assim por diante, mas a meu ver, não existe paralelo algum em idéias, invenções e criatividade, quanto existem hoje. Isso sem desprezá-los, pois chegamos até aqui por causa deles, a fruta não despreza a semente de que se formou, eles tiveram seus próprios problemas. Serve para dizer que nossos problemas são novos, e que uma grande quantidade de mistérios nos envolvem nessa época.

Se formos pensar bem, a quantidade de gênios e talentosos artistas, e também os inúmeros líderes defensores dos direitos humanos, foram tantos, que mal convém a nós imaginar que o destino da humanidade dependeu de um ou de outro, mas do conjunto [o que inclui os anônimos]. A graça está verdadeiramente nisso. Até as armas de destruição em massa tiveram trabalho conjunto e dos recursos das mais diversas nações. As melhoras e as guerras são vistas pelo mundo inteiro, e também os desastres, as tragédias - tudo é testemunhado sob diferentes pontos de vista, e cada qual dos diferentes líderes, destes diferentes países tomam suas próprias decisões, baseadas nas mais diversas reações e ações. Parece haver uma dinâmica misteriosa, e que talvez esteja mais visível nos dias de hoje.

Essa dinâmica pode ser relacionada a dinâmica do peixe. O peixe diz que "adora sorvete" e que "gostaria de um napolitano, se soubesse o que isso significa". Esta dinâmica é o fato de que o peixe não pode voar, assim ele não sabe o que é "ar" - a menos que algo interfira. Para ele água e ar é a mesma coisa. Essa é a lei da natureza e o peixe obedece, sem perceber. Nós humanos, somos muito parecidos, só que sabemos o que significa "napolitano"; nós temos o dom do pensamento, e da imaginação, nós temos consciência de um propósito. Assim, quando qualquer lei física nos atrapalha, nós tentamos driblá-las [como no futebol] para viver melhor. Quando queremos ir de São Paulo a Amsterdam, nós não andamos, nem nadamos, nós voamos - se bem que não temos asas - mas alguém resolveu que poderia enganar a gravidade em nome da facilidade.

Mas algumas coisas não podemos controlar [ou muitas] e que estamos submissos, como nas leis dos peixes. Nós somos escravos do amor, e buscamos eternamente a felicidade, alguns procuram a Presença do Criador, outros a própria exaltação terrena - no entanto, ninguém escapa desse grandioso mar das escolhas. Nesse mar todos são livres para encontrar suas pérolas, e descobrir de suas anêmonas os mistérios divinos. Infelizmente, uma pequena dose de veneno, é capaz de nos privar por completo destas dádivas preciosas.

O que convém ao mundo é volver a face para Deus, e lá procurar conforto e força - pois nas leis aquáticas nunca encontraremos paz e tranquilidade, mas nas leis espirituais sim - as leis da alma permite que nós "saiamos do caminho" e deixemos que a tacada "perfeita nos escolha". As transformações essenciais que existem no espírito humano e que se refletem na civilização mundial estão subjulgadas a leis que não temos controle nenhum. É como se o peixe com frio quisesse esquentar a água, e começasse a chacoalhar com todas as forças até que o mar fique em uma temperatura adequada - o que é impossível para este pobre diabo - seria mais fácil ele "sozinho", procurar um lugar mais quente para viver.

A resolução imediata das guerras e conflitos, dos problemas sociais, dos efeitos no meio ambiente, e a tentativa de retormar os afazeres humanos, não podem, de alguma forma, eliminar as causas básicas de qualquer conflito e dificuldade, antes, as soluções devem ser elevadas ao plano de princípios. O que a humanidade quer é invocar atos de amor, fé e sacrifício - o qual é inerente à natureza essencial dos seres humanos. Se existe uma preocupação real, esta preocupação deve ser voltada aos espelhos de nossos próprios corações - a humanidade sempre vai existir, nós não, nós vamos viver por um curto período; a humanidade vai resolver e solucionar todos os problemas [embora os problemas sempre existirem], mas é possível que passemos por essa vida, sem que solucionemos nossos próprios problemas existenciais; a humanidade sempre vai existir, e a sociedade irá descobrir outras tantas torrentes de descobertas e potencialidades que jamais poderemos imaginar ou sonhar, e nós teremos perdido a oportunidade de descobrir nossas próprias potencialidades.

Ah! Se apenas pudéssemos parar de tentar esquentar a água, e procurarmos aquele lugar morno em que todo o verdadeiro "peixe" almeja alcançar, teríamos encontrado, com absoluta certeza, a chave que esquentaria o mundo, e mais além.

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