quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Prêmio Nobel da Física 2011 - Aceleração da Expansão do Universo

O prêmio Nobel da Física de 2011 foi dado a três cientistas americanos, Saul Permutter, Adam Riess e Brian Schmidt, por demonstrarem em suas pesquisas que a aceleração do universo está aumentando, e não o contrário, conforme acreditava-se. O prêmio foi entregue no Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia, no dia 4 de setembro de 2011. Os cientistas foram premiados em 10 milhões de coroas suecas que equivalem a R$ 2,7 milhões. Metade do prêmio (1,5 milhão de dólares) irá para Sau Perlmutter, e a outra parte será dividida entre os outros dois cientistas.

A conclusão de que a expansão do universo está acelerando se deu por observações de supernovas distantes. Supernova é o nome dado quando uma estrela muito densa explode.

A importância desta descoberta é determinar a causa dessa aceleração e expansão do universo, levando em consideração a influência da matéria e energia escura, que são dois elementos desconhecidos pela ciência atual. A expansão do universo foi considerada uma das maiores descobertas do século, pois por um longo período acreditou-se que o universo era estático. Os cientistas estimam que o tamanho do universo dobrou nos últimos 5 bilhões de anos.


Ilustração sobre a aceleração da expansão do universo



O caminho percorrido

Foram duas equipes diferentes, uma liderada por Saul Perlmutter, e outra por Brian Schmidt, com participação de Adam Riess - da Universidade de Berkeley, e Universidade Nacional da Austrália respectivamente; ambas as equipes estavam, desde 1998, mapeando o Universo em busca de supernovas distantes. Uma equipe fazia parte do projeto Supernova Cosmology Project e a outra, High-z Supernova Search Team, que procuravam demonstrar por análises que a expansão do universo estava desacelerando.

Utilizando método de comparação de partes de imagens do espaço, registrando-as com diferença de 3 semanas, e comparando duas a duas para encontrar sinais de supernovas em uma galáxia distante. "Este método é baseado na determinação do brilho de supernovas, estrelas que explodiram, no final de sua evolução." explicou o Prof. Domingos S. L. Soares, do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Não é possível contudo, definir tal conclusão como uma "descoberta" propriamente dita, pois a determinação de distância ainda não é definitivamente estabelecida. "A aceleração do universo é uma afirmação científica provisória", disse Domingos.


Como acontecem as Supernovas?

Para estudos, os cientistas utilizam a observação de um tipo em especial de supernova chamado “la”. As supernovas do tipo la são basicamente estrelas, como o sol, que ao consumir toda a sua energia do núcleo, se expande causando explosão que libera energias exorbitantes no universo. Para se ter uma ideia, o brilho de uma única supernova como esta pode ser maior do que de uma galáxia inteira. (Veja o Infográfico)


Os três cientistas, vencedores do Nobel de Física 2011, analisando a luz de mais de 50 supernovas distantes (6 bilhões de anos-luz), notaram que o brilho era mais fraco do que o esperado, sinal de que o universo estava se expandindo em uma taxa acelerada. “A partir de seus estudos, eles descobriram que a taxa de expansão do Universo está acelerando.”, confirmaram os membros do comitê do Nobel.


O que são matéria e energia escuras?


"Ambas são escuras por não serem observados por nossos equipamentos de deteção conhecidos (telescópios e detetores especiais)", explicou o Prof. Domingos. São elementos atualmente desconhecidos e que não podem ser detectados. "'Escura' para a Física quer dizer o que não existe ou não deveria existir.", complementou Naim Arani, estudante de Engenharia Elétrica da Faculdade Anhanguera de Anápolis-GO, "a energia escura é a energia da expansão do universo, não é resultante de nenhuma força conhecida, e não existiria se não existisse um big-bang". A matéria e energia escuras são elementos atribuídos como influência da expansão do universo.


Atualmente é aceito que apenas 4% do universo é composto de matéria vísivel, como os átomos que existem nas plantas, rochas, estrelas, etc., ao passo que a maior parte, isto é, 73% é composto de energia escura, e 23% de matéria escura. "é a matéria negra que não irradia, não emite, nem propaga nenhuma das formas de energia que as leis de Einstein e da Termodinâmica preveriam.", completou Sam Cyrous que é ligado no assunto, pós-graduado em Psicologia Relacional na Universidade de Sevilha, Espanha.



Perfil dos Pesquisadores

Da esquerda para a direita, Adam Riess, Saul Perlmutter e Brian Schmidt

Adam Riess nasceu em 1969 em Washignton D.C., EUA, trabalha como astrofísico no Instituto Científico de Telescópios Espaciais da Universidade John Hopkins.

Saul Perlmutter nasceu em 1959 em Champaign-Urbana, Ilinois, EUA, e trabalha como astrofísico do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, lidera atualmente estudos sobre a expansão acelerada do universo.

Brian P. Schmidt, atualmente é astrofísico do observatório Mount Stromio da Universidade Nacional da Austrália, nascido em 1967 em Missoula, estado de Montana nos Estados Unidos.

Todos os três já foram reconhecidos através de prêmios por projetos anteriores ao mencionado neste artigo.

Saiba mais


http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/nobel-de-fisica-2011-vai-para-estudo-sobre-expansao-do-universo/n1597255273900.html
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/10/tres-cientistas-recebem-nobel-por-estudos-sobre-aceleracao-do-universo.html
http://www.fisica.ufmg.br/~dsoares/cosmos/cosmos.htm
http://www.fisica.ufmg.br/~dsoares/wish/naobarionica.htm




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